As vitórias históricas da derrubada da PEC da Bandidagem e da aprovação da isenção do Imposto de Renda foram arrancadas com luta: 1,5 milhão de assinaturas no Plebiscito Popular, protestos massivos nos dias 7 e 21 de setembro e uma forte campanha nas ruas e nas redes. A mobilização forçou o Centrão a recuar, resultando na votação unânime de 493 votos favoráveis à isenção na Câmara dos Deputados.

Mas o alívio durou pouco. No dia seguinte à aprovação da medida, o mesmo Congresso reapresentou — sem descanso — o pacote da Reforma Administrativa. São três projetos: uma PEC, um PLP e um PL ordinário, somando mais de 600 páginas que atacam frontalmente os direitos dos servidores e colocam em risco os serviços públicos prestados à população.

A nova proposta, liderada por Hugo Motta e Pedro Paulo, vai além da PEC 32 de Bolsonaro e Guedes. É um verdadeiro projeto de destruição do Estado brasileiro, elaborado sem diálogo com servidores, entidades ou a sociedade civil. Sob o velho discurso de "modernização", a proposta repete a cartilha do desmonte, abrindo caminho para privatizações, terceirizações e para a manutenção de privilégios concentrados no topo.

Os defensores da reforma tentam convencer a população de que o alvo são os "supersalários", mas os dados desmentem essa narrativa:

📉 Apenas 0,3% dos servidores ganham acima do teto constitucional.
📈 Mais de 70% estão endividados, vítimas do congelamento salarial e do aumento do custo de vida.

A nova Reforma Administrativa representa o desmonte definitivo: extingue a estabilidade, fragiliza as carreiras, impõe vínculos precários, restringe concursos e transfere funções essenciais à iniciativa privada. Tudo isso sob o falso pretexto de reduzir gastos, enquanto os verdadeiros privilégios — das grandes fortunas e do alto escalão — seguem intocados.

O objetivo é claro: elitizar o Estado. Com salários achatados, vínculos instáveis e direitos arrancados, o serviço público perde sua capacidade de garantir políticas públicas à população. Um país sem servidores valorizados é um país condenado à desigualdade.


❌ Quem assinar a PEC é 171

Para avançar, a PEC da destruição precisa de 171 assinaturas — o mesmo número do artigo do Código Penal que trata de estelionato. Quem assinar essa proposta estará, sim, enganando o povo brasileiro.

A Frente Parlamentar do Serviço Público já disponibilizou uma ferramenta para pressionar os deputados. O recado é direto: quem assina essa PEC, não volta em 2026.

👉 Acesse e pressione: https://napressao.org.br


Mobilização permanente rumo à Marcha Nacional de 29 de outubro

As conquistas recentes mostraram que a pressão popular funciona. A mobilização derrotou a PEC da Bandidagem, garantiu a isenção do IR e expôs as manobras do Congresso. Mas o cenário continua grave. A nova proposta de Reforma Administrativa avança com um conteúdo ainda mais brutal — e precisa ser barrada nas ruas.

Em Brasília, a mobilização dos servidores é permanente.

📍 Às terças-feiras, a partir das 8h, o ato é no Aeroporto Internacional de Brasília, na chegada dos parlamentares.
📍 Às quartas-feiras, a partir das 9h, a concentração é em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados.

Essas manifestações são fundamentais para manter a pressão e preparar a Marcha Nacional do Serviço Público, marcada para o dia 29 de outubro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Caravanas de todo o país estarão na capital federal para exigir respeito aos direitos da categoria, valorização dos serviços públicos e compromisso real com a população.

A batalha agora é contra o desmonte completo do Serviço Público.

O Sintrafesc reforça o chamado: é hora de ocupar as ruas novamente. Cada vitória recente provou que mobilizar funciona — e é essa força coletiva que precisa se manter viva para barrar a reforma.

Vamos ocupar Brasília na Marcha de 29 de outubro.
Quem defende o serviço público, defende o Brasil.