As últimas semanas foram de grande apreensão em diversas cidades no Brasil onde incêndios de graves proporções trouxeram impacto até mesmo para cidades mais distantes. A fumaça de incêndios em São Paulo, que estão sendo investigados sob suspeita de serem criminosos, chegou aos céus de Brasília na manhã de domingo. Belo Horizonte e Goiânia também registraram a situação que se agrava com a baixa umidade desse período. 

Em meio a mais essa crise, que já se faz presente no difícil dia a dia de servidores da Área Ambiental, a função essencial e importância de valorizar os serviços públicos se torna mais uma vez evidente. 

Em reunião de emergência que ocorreu no domingo, 25, no Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), no Ibama, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, discutiram com servidores medidas para o combate de incêndios que atingem o interior de São Paulo e outros estados. 

O trabalho reúne servidores de diversas categorias incluindo além da Área Ambiental,Polícia Federal, ministérios da Casa Civil, da Defesa e da Justiça. Servidores do Dnit também foram acionados. 

Luto é luta

O trabalho no combate à predação ambiental é perigoso e pode ser mortal. Brigadista do PrevFogo do Ibama em Brasília, Uellinton Lopes dos Santos, de 39 anos, teve seu corpo encontrado nessa segunda, 26. Uellinton faleceu enquanto trabalhava no combate aos incêndios florestais na Terra Indígena Capoto/Jarina, em São José do Xingu (MT). 

Em junho desse ano, outro brigadista do PrevFogo do Ibama, Sidiney de Oliveira Silva foi assassinado em Tocantins. A Polícia Civil de Tocantins ainda investiga o caso, mas segundo apurou O Globo, Silva vinha sendo ameaçado por fazendeiros e grileiros por impedir queimadas e invasões em Terras Indígenas na região da Ilha do Bananal. O que nos remete a lembranças dos assassinatos de Bruno Pereira e Maxciel Pereira dos Santos, ambos servidores da Funai. 

A Condsef/Fenadsef e suas entidades filiadas se solidarizam por mortes precoces de servidores tão valorosos ao Brasil. É urgente que se assegure investimentos no setor público e a valorização dos servidores que possam garantir carreiras estruturadas, condições de trabalho e segurança aos que dedicam suas vidas a trabalhos necessários ao Estado brasileiro. 

Passa por esse caminho, obrigatoriamente, a valorização desses servidores. É ainda urgente e ncessária a realização de concursos para garantir força de trabalho suficiente para o enfrentamento de tantos desafios em um país continental como o Brasil.

Muitos são os lutos recentes dos servidores públicos e muitas continuam sendo as lutas necessárias para assegurar carreiras estruturadas, condições adequadas de trabalho, direitos, dignidade, valorização e reconhecimento. A luta continua. 


  • Capa: Joédson Alves, Agência Brasil

Fonte: Condsef/Fenadsef