Condsef/Fenadsef

No próximo dia 24 de março, a ministra Esther Dweck vai participar de um evento em defesa da reforma Administrativa. Organizada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a atividade pretende debater diretrizes e "engajar os três poderes", como descreve a apresentação, na reorganização da administração pública e da gestão estatal. 

Para a Condsef/Fenadsef, a presença e participação da ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos nesse evento sinaliza uma opção por dialogar sobre reforma Administrativa com uma federação de indústrias em detrimento de entidades representativas dos servidores. Esse é um lamentável indicativo de que o governo está na contramão dos compromissos assumidos com o setor público.

Essa semana, o Fonasefe, que reúne entidades representantivas dos servidores do Executivo Federal, também divulgou nota de protesto pela participação da ministra do MGI no evento da Fiesp que defende a reforma Administrativa. "Queremos saber: por que o compromisso agora é com o setor empresarial e não com as servidoras e os servidores públicos que mantém os serviços públicos de pé?", questiona o Fonasefe, do qual a Condsef/Fenadsef faz parte. 

A Condsef/Fenadsef segue lutando pela valorização dos servidores e serviços públicos, contra a elitização do Estado e o aprofundamento de distorções salariais que resultaram do ciclo de negociações salariais em 2024. A entidade já apresentou uma série de contribuições significativas para a consecução de diretrizes que caminhem nessa direção, com o objetivo de ampliar a presença da classe trabalhadora no Estado e combater a cristalização de castas burocráticas no serviço público.

Em dezembro do ano passado, a entidade se reuniu com o Secretário de Gestão de Pessoas do MGI, José Celso Cardoso, onde reforçou sua posição em defesa de um Estado que sirva aos interesses da maioria da população brasileira

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Entre os pontos que devem ser considerados está a realização de concursos públicos para todos os níveis de escolaridade, o fortalecimento do quadro funcional que vise o fim da evasão de servidores públicos; além da interrupção do processo de elitização do Estado, com um corpo funcional que reflita a diversidade do povo para garantir um serviço público representativo, inclusivo e de qualidade para a população brasileira.

Em busca de uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e em campanha que já conta com mais de 6 mil assinatura de servidores de todo o Brasil, a Condsef/Fenadsef e suas filiadas lembram ao presidente o compromisso assumido na campanha eleitoral de valorização dos servidores e dos serviços públicos. Além disso, reforçam urgência na adoção de medidas necessárias para a regulamentação da Convenção n° 151 da OIT, que trata da negociação coletiva e da garantia do direito de greve no serviço público.

Não há reforma Administrativa sem que haja um debate amplo com as representações dos servidores federais que conhecem e entendem o funcionamento e as necessidades do Estado brasileiro. Por isso, a Condsef/Fenadsef estará atenta a participação da ministra e vai seguir cobrando que não apenas diálogo, mas que ações efetivas possam, de fato, garantir avanços e fortalecer os serviços públicos no Brasil. 


  • Capa: Valter Campanato, Agência Brasil