Dirigente do MST lamenta o resulta da comissão. “Esperava que debatessem os problemas agrários de nosso país”
Na próxima terça-feira (15), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) receberá João Pedro Stedile, fundador e dirigente nacional do Movimento, que prestará depoimento, na condição de convocado, aos deputados federais que integram o colegiado.Em entrevista ao Brasil de Fato, Stedile afirmou que vai à CPI “sem nenhuma preocupação”. “Falarei apenas o que sei, estou tranquilo e sereno para defender os interesses da reforma agrária e do povo brasileiro.”
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Na última terça-feira (8), a base governista negociou trocas de integrantes da CPI do MST com partidos do Centrão. Desde então, o governo pode ter conseguido formar maioria na comissão, o que prejudicará a estratégia do presidente e o relator da comissão, os deputados federais Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), respectivamente, fieis opositores do MST.As trocas envolvem os partidos União Brasil, MDB, PP e Republicanos. Os dois últimos podem compor o primeiro escalão do governo, ganhando ministérios, em uma eventual minirreforma ministerial, que pode ocorrer até o começo de setembro.Stedile afirma que ficou decepcionado com os trabalhos da comissão. “Eu esperava que a CPI fosse um fórum de debate sobre os problemas agrários de nosso país. Mesmo que na composição da comissão houvesse, como é natural, uma bancada de extrema-direita, que obviamente tem um olhar diferente da esquerda para sobre a questão agrária brasileira, esperávamos que houvesse honestidade dos deputados, que eles sinalizassem quais problemas que a sociedade brasileira tem no meio rural.”:: Conheça curso de agroecologia alvo de diligência bolsonarista na CPI do MST ::
Confira a entrevista na íntegra:O que você espera do depoimento na CPI?
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Fonte: Igor Carvalho, Brasil de Fato
- Edição: Monyse Ravena
- Capa: João Pedro Stédile, dirigente nacional da via campesina e do MST, Rafael Stedile