Congresso da entidade abordou os desafios do sindicalismo moderno, discutiu gestão pública e pautas sociais, ressaltando a necessidade de politizar servidores e desenvolver estratégias inovadoras de comunicação e mobilização para garantir os direitos dos servidores frente às transformações atuais
“Territórios
Etnodesenvolvimento
Num momento
Paro pra pensar
E se no lugar do Capital
Existisse o Real?
E se não fosse o Cabral?
E se não fosse o Colombo?
Ainda haveriam as Cumbias?
Como se chamava o Brasil
antes das Grandes Navegações?
Com quantas cores se forma um país?
Quantas raças, quantas dores?
Ser ou não ser jovem: eis a questão?
Onde estamos? Onde estão?
Com a mão na tela do celular
Com os olhos atrás da visão
O mundo parece planar
Entre o sim e o não
É porque estamos em algum lugar
Além da razão
Comunicação, de fato, não se inventa
A verdade é ato e
Muitas vezes sangrenta
Mulheres marcham de mãos dadas
E atentas
Com o coração na mão
Como quem o filho acalenta
Sabendo que o novo é ancestral
E que a comuna se sustenta
De forma solidária e
A todos alimenta
Todos e Todas e Todes
Que se fizerem presentes
E o canto dos colibris
Que o coração sente
Senhoras e Senhores
É preciso criar
Dinâmicas evolutivas
Esperançar
Evolução real é coletiva
O sindicalismo permanece na ativa
Reunindo gente
Trabalhadores da lida
Seguindo em frente
O futuro é imaterial
O tempo é vida
A revolução será ancestral, preta, trans e indígena!”
Mikael Mazzo
Foi com um poema produzido durante o evento que o Sintafesc encerrou a 7ª edição do congresso da entidade. As palavras de Mikael Mazzo, servidor da FUNAI, sintetizaram a essência dos debates produzidos pela convenção, destacando a importância da interseccionalidade das pautas. O evento contou com a presença de 49 delegados de diversos órgãos públicos, eleitos em 24 assembleia por toda Santa Catarina.Ao longo de quatro dias, os participantes se debruçaram sobre questões fundamentais para traçar a trajetória, os desafios e a missão do Sintrafesc. Questões trabalhistas, sociais e culturais, assim como a necessidade de adotar abordagens mais inclusivas e cada vês mais democráticas foram amplamente debatidas.A variedade de temas discutidos foi ampla, abrangendo a gestão democrática no serviço público, a regulamentação da negociação coletiva e as condições de carreira e jornada de trabalho. Questões como direitos territoriais de povos tradicionais e feminismo popular, até a divisão de trabalho baseada em gênero e a luta contra o racismo institucional também foram discutidas.Destacou-se a necessidade de “reinventar” o sindicalismo em resposta às mudanças no ambiente de trabalho, incorporando temas como saúde do trabalhador, comunicação política e formação sindical.