CUT-SC
Em um dia marcado pela força e união das mulheres, a Marcha do 8M tomou as ruas de Florianópolis nesta segunda-feira (10), ecoando a luta internacional das mulheres trabalhadoras. Com o grito uníssono de "Sônia Livre", a manifestação denunciou a escravidão e o racismo, exigindo justiça para Sônia, mulher negra e surda mantida por mais de 40 anos em regime análogo à escravidão.
A concentração teve início na Praça Tancredo Neves, em frente ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), local que se tornou palco de indignação diante da decisão que determinou o retorno de Sônia à casa do desembargador Jorge Luiz de Borba, após seu resgate em 2023. A marcha, organizada por diversas organizações feministas, movimento sindical e movimento social, seguiu pelas ruas da capital catarinense, encerrando em frente ao Terminal Integrado do Centro (TICEN).
A presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, destacou a importância da mobilização: "Estamos aqui para dizer basta à exploração e à violência contra as mulheres. O caso de Sônia é um símbolo da escravidão moderna, que ainda assola o nosso país. Não podemos tolerar que a justiça perpetue essa situação."
Rosemeri Prado, Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SC, complementou: "A luta por Sônia Livre é a luta por todas nós. É a luta por uma sociedade justa e igualitária, onde nenhuma mulher seja submetida à exploração e à violência. Seguimos firmes na defesa dos direitos das mulheres e na construção de um futuro livre de opressão."
A decisão do TJ-SC, que atendeu ao pedido de reconhecimento de paternidade socioafetiva de Sônia feito pelo desembargador e sua esposa, gerou grande indignação e revolta. A marcha do 8M em Florianópolis foi um importante ato de repúdio a essa decisão, exigindo que a justiça seja feita e que Sônia tenha sua liberdade e dignidade garantidas.
- Capa: Leidiane Sampaio
Escrito por: Pricila Baade, CUT SC