Tributação de empresas ‘offshores’ seria pano de fundo da rixa entre Lira e Haddad

 
Os líderes da Câmara dos Deputados adiaram novamente o fechamento de um acordo para votação do novo arcabouço fiscal (PLP 93/23). Em reunião na terça-feira (15), na Residência Oficial da Câmara, os parlamentares não debateram as alterações do texto feitas pelo Senado, conforme reportagem publicada no jornal O Globo. O tema será discutido na próxima segunda-feira (21).O relator da proposta na Câmara dos Deputados, Claudio Cajado, negou que o adiamento tenha relação com a fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, que foi ao ar na segunda (14), Haddad disse que a Câmara dos Deputados “está com poder muito grande e não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo”. O ministro continuou: “Passei nove anos em Brasília e nunca vi nada parecido. Tem que haver uma moderação que deve ser construída”.Na segunda-feira, Haddad e Arthur Lira conversaram por telefone, após a entrevista concedida pelo ministro repercutir negativamente entre deputados. Sem citar o ministro, Lira foi às redes sociais dizer que ‘manifestações enviesadas’ não contribuem para o diálogo. Lira só não explicou o pano de fundo do desentendimento.Reportagem da Folha de S Paulo relata que o atrito teria começado em uma conversa por telefone entre os dois, na sexta-feira passada (11), para tratar da inclusão da taxação de offshores dentro do projeto de reforma tributária, medida considerada crucial pela Fazenda para dar maior isonomia tributária e reforçar as receitas do Tesouro em 2024, quando o governo tem a meta de zerar o déficit fiscal. Lira resiste ao avanço dessa medida defendendo descaradamente os interesses da parcela mais rica da população.

Relator do arcabouço fiscal defende manutenção do texto original aprovado pela Câmara

[caption id="attachment_11434" align="alignright" width="235"]arcabouço fiscal, Cláudio Cajado, relator da nova âncora fiscal Crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados[/caption]

O relator e deputado Claudio Cajado tentou amenizar a situação e explicou que existe uma pauta intensa na Câmara e os líderes resolveram pautar outros projetos.“Não existe compromisso de calendário. Feita reunião na segunda-feira, vamos consensualizar o texto, e a partir daí a pauta de quando entrará em votação no plenário será definida pelo colégio de líderes e o presidente”, disse Cajado, homem de confiança de Lira.O deputado Claudio Cajado afirmou que, na ocasião, o seu parecer será discutido pelos líderes, técnicos e o presidente Arthur Lira . Segundo ele, não ficou fechado um calendário de votação. Cajado defende que a Câmara mantenha o texto original aprovado em maio e rejeite as mudanças do Senado. “Se depender de mim, vou defender o meu relatório, mas não farei cavalo de batalha”, disse o deputado.  
Fonte: ICL Economia
  • Com informações do jornal O Globo, Agência Câmara de Notícias e Rede Brasil Atual